De um lado, a equipe que mais correu na primeira fase entre os classificados ao mata-mata da Copa do Mundo. Do outro, quem mais trocou passes. Acima de qualquer individualidade ou atrativo por envolver uma grande seleção e o país-sede, o confronto entre Espanha x Rússia deste domingo, às 11h (de Brasília), no Estádio Luzhniki, coloca frente a frente dois estilos diferentes de entender e praticar futebol; pelo menos foi o apresentado nos três primeiros jogos.
A Espanha se notabilizou há uma década por valorizar essencialmente a posse de bola para atacar e ao mesmo tempo neutralizar o adversário. Mesmo sob o comando de um interino Hierro, alçado ao posto de treinador às vésperas da estreia no Mundial com a demissão de Julen Lopetegui, a seleção campeã mundial em 2010 se sustentou neste estilo para avançar de fase. Foram 2.089 passes completados e a liderança no quesito.
Em contrapartida, a Rússia impressionou – nos dois primeiros jogos – pela imposição física sobre os adversários. A equipe da casa correu em média 110,3 km por partida, número que poderia ser ainda maior se o time não atuasse com 10 homens durante 54min na derrota para o Uruguai, desvantagem imposta com a expulsão de Smolnikov ainda na primeira etapa.
As posturas distintas de filosofia de jogo colocam à prova um dos jargões mais presentes nas “resenhas” e peladas. Afinal, em um Mundial no qual a questão física tem feito a diferença, com uma desacreditada Rússia surpreendendo e avançando de fase com este estilo, quem ainda corre mesmo no futebol é a bola? A Espanha está aí para tentar provar que sim.