Levantamento feito pela consultoria automotiva Jato Dynamics, a pedido de UOL Carros, mostra que nem todos os segmentos sofreram com a crise. Mas também evidencia o quanto as classes mais baixas foram as mais afetadas por ela.
Veículos de carroceria hatch, que em 2012 representavam 49,5% do total de emplacamentos (e que um dia já foram chamados de "carros populares"), agora detêm fatia de 42,9%.
Já SUVs, sedãs e picapes -- a "boa onda" de 2016 -- cresceram percentualmente: os utilitários-esporte saltaram de 7,1% para 14,9% nesse mesmo período; os três-volumes, de 23,4% para 24,25%; e os utilitários com caçamba, de 11,5% para 13,3%.
"Quando um segmento cresce, dá segurança para o consumidor investir e isso acaba beneficiando todos os participantes, mesmo com aumento da concorrência. Foi o que ocorreu especialmente com os SUVs", explicou Joel Leite, especialista em mercado automotivo e colunista de UOL Carros.
Pela Fenabrave, a variação da balança é sensível demais: carros de passeio "perderam" 0,5%, enquanto comerciais leves (onde se encaixam parte dos queridinhos do mercado) "ganharam" 0,5%. Não existe ganhos ou perdas reais, mas já indicam uma tendência de mudança e valorização.
Exemplo da valorização dos utilitários esportivos, aliás, não falta: Honda HR-V (mais uma vez líder da categoria) e Jeep Renegade foram, em 2016, os dois modelos com menor índice de desvalorização, segundo estudo da AutoInforme. Ou seja: quem ainda compra para revender em um ou dois anos perde pouco com estes modelos.